Minhas Idéias

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Carta respondendo ao presidente americano Franklin Pierce, do Chefe indigena de Seatle.





Era o ano de 1854. O presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, propôs comprar uma parte elas terras dos Suwamish, uma tribo da costa Noroeste, oferecendo, em contrapartida, a concessão de outra "reserva". O texto da resposta do chefe Seattle hoje é distribuído pelo Programa de Defesa e Preservação do Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem sido considerado, através dos tempos, como um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da defesa do meio ambiente:

"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro e o homem — todos pertencem ã mesma família. Portanto, quando o Grande Chefe, em Washington, manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nos. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós. Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada, e cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossas terras, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão. Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem á noite e extraí da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não compreenda.

Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar das folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo.
O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debater dos sapos ao redor de uma lagoa, á noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro — o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantêm. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados. Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir.

Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo-de-ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra e nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos — e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão, talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força de Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens e a visão dos morros obstruída por fios que falam.

Onde está o arvoredo? Desapareceu.
Onde está a águia? Desapareceu.
É o final da vida e o início da sobrevivência."

Pedido de apoio internacional para o Cacique Raoni

  ” Só quando o homem branco destruir a floresta, matar todos os peixes, matar todos os animais e acabar com todos os rios, é que vão perceber que ninguém come dinheiro ” .
 
Para todos que quiserem apoiar a causa, dos indos na região do Xingu, criei esse símbolo no Facebook como uma forma de protesto, hoje não existe forma mais efetiva de conseguir novos adeptos a uma causa como através das redes sociais.


http://twibbon.com/cause/Contra-a-usina-de-Belo-Monte/facebook

Pedido de apoio internacional para o Cacique Raoni e os representantes dos povos indígenas do Xingu (Brasil), contra o projeto Belo Monte.

Pedido de apoio internacional para o Cacique Raoni e os representantes dos povos indígenas do Xingu (Brasil), contra o projeto Belo Monte.
Assinatura da petição de RAONI
O presidente Lula disse na semana passada que ele se preocupa com os índios e com a Amazônia, e que não quer ONGs internacionais falando contra Belo Monte. Nós não somos ONGs internacionais.
Nós, 62 lideranças indígenas das aldeias Bacajá, Mrotidjam, Kararaô, Terra-Wanga, Boa Vista Km 17, Tukamã, Kapoto, Moikarako, Aykre, Kiketrum, Potikro, Tukaia, Mentutire, Omekrankum, Cakamkubem e Pokaimone, já sofremos muitas invasões e ameaças. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, nós índios já estávamos aqui e muitos morreram e perderam enormes territórios, perdemos muitos dos direitos que tínhamos, muitos perderam parte de suas culturas e outros povos sumiram completamente. Nosso açougue é o mato, nosso mercado é o rio. Não queremos mais que mexam nos rios do Xingu e nem ameacem mais nossas aldeias e nossas crianças, que vão crescer com nossa cultura.
Não aceitamos a hidrelétrica de Belo Monte porque entendemos que a usina só vai trazer mais destruição para nossa região. Não estamos pensando só no local onde querem construir a barragem, mas em toda a destruição que a barragem pode trazer no futuro: mais empresas, mais fazendas, mais invasões de terra, mais conflitos e mais barragem depois. Do jeito que o homem branco está fazendo, tudo será destruído muito rápido. Nós perguntamos: o que mais o governo quer? Pra que mais energia com tanta destruição?
Já fizemos muitas reuniões e grandes encontros contra Belo Monte, como em 1989 e 2008 em Altamira-PA, e em 2009 na Aldeia Piaraçu, nas quais muitas das lideranças daqui estiveram presentes. Já falamos pessoalmente para o presidente Lula que não queremos essa barragem, e ele nos prometeu que essa usina não seria enfiada goela abaixo. Já falamos também com a Eletronorte e Eletrobrás, com a Funai e com o Ibama. Já alertamos o governo que se essa barragem acontecer, vai ter guerra. O Governo não entendeu nosso recado e desafiou os povos indígenas de novo, falando que vai construir a barragem de qualquer jeito. Quando o presidente Lula fala isso, mostra que pouco está se importando com o que os povos indígenas falam, e que não conhece os nossos direitos. Um exemplo dessa falta de respeito é marcar o leilão de Belo Monte na semana dos povos indígenas.
Por isso nós, povos indígenas da região do Xingu, convidamos de novo o James Cameron e sua equipe, representantes do Movimento Xingu Vivo para Sempre (como o movimento de mulheres, ISA e CIMI, Amazon Watch e outras organizações). Queremos que nos ajudem a levar o nosso recado para o mundo inteiro e para os brasileiros, que ainda não conhecem e que não sabem o que está acontecendo no Xingu. Fizemos esse convite porque vemos que tem gente de muitos lugares do Brasil e estrangeiros que querem ajudar a proteger os povos indígenas e os territórios de nossos povos. Essas pessoas são muito bem-vindas entre nós.
Nós estamos aqui brigando pelo nosso povo, pelas nossas terras, pelas nossas florestas, pelos nossos rios, pelos nossos filhos e em honra aos nossos antepassados. Lutamos também pelo futuro do mundo, pois sabemos que essas florestas trazem benefícios não só para os índios, mas para o povo do Brasil e do mundo inteiro. Sabemos também que sem essas florestas, muitos povos irão sofrer muito mais, pois já estão sofrendo com o que já foi destruído até agora. Pois tudo está ligado, como o sangue que une uma família.
O mundo tem que saber o que está acontecendo aqui, perceber que destruindo as florestas e povos indígenas, estarão destruindo o mundo inteiro. Por isso não queremos Belo Monte. Belo Monte representa a destruição de nosso povo.
Premiers signataires de la pétition
Para encerrar, dizemos que estamos prontos, fortes, duros para lutar, e lembramos de um pedaço de uma carta que um parente indígena americano falou para o presidente deles muito tempo atrás: ” Só quando o homem branco destruir a floresta, matar todos os peixes, matar todos os animais e acabar com todos os rios, é que vão perceber que ninguém come dinheiro ” .

Fórum Global de Sustentabilidade SWU




Durante os dias 12, 13 e 14 de novembro, vai acontecer o Fórum Global de Sustentabilidade SWU o maior da America latina.
Já foi confirmada a participação de grandes nomes internacionais, que vêm para o Brasil para discutir as suas experiências em projetos de sustentabilidade, como os músicos Neil Young e Bob Geldof, a estilista americana Donna Karan e a guatemalteca Rigoberta Menchú, que recebeu o prêmio Nobel da Paz.
Desta vez, o SWU anuncia mais dois ativistas europeus: a francesa Céline Cousteau, neta do lendário historiador marítimo Jacques Cousteau, que luta pela preservação do meio-ambiente e dos oceanos, e o inglês David de Rothschild, herdeiro de uma das maiores dinastias de banqueiros da Europa, que comandou uma expedição pelo Pacífico em um barco feito 100% de plástico reciclável.
Céline Cousteau
Desde pequena, a ambientalista francesa segue o legado de preservação do meio ambiente deixado pelo avô Jacques Cousteau. A caçula da família Cousteau já esteve no Brasil, trabalhando na filmagem de um documentário no Vale do Javari, na região amazônica, na fronteira com o Peru, para registrar a relação que as tribos indígenas do local mantêm com a natureza selvagem e facilitar o acesso médico à região.
Desde 2006, Céline Cousteau trabalha com o pai na produção de documentários sobre o meio ambiente, mas, há pouco tempo, começou com a própria ONG, chamada CauseCentric. Seu objetivo principal é despertar a atenção e inspirar pessoas a tomarem atitudes, disseminando vídeos curtos na internet, que mostrem as soluções para os desafios ambientais que temos pela frente.
“Quando as pessoas entendem o que está acontecendo com o meio ambiente, fica mais fácil de perceber como cada um de nós é responsável por tais consequências. A saúde e o bem-estar da natureza dependem de nós – e nós também dependemos dela”, afirma Céline. Sobre o Fórum Global de Sustentabilidade SWU, Céline diz que “não é apenas uma conferência, é também um evento participativo onde as pessoas podem celebrar e sentir que este também é o mundo delas e que, juntos, podemos fazer a diferença”.
David de Rothschild
Herdeiro da família de banqueiros Rothschild, dona de uma das maiores fortunas do mundo, David de Rothschild é fundador da Adventure Ecology, um grupo que organiza expedições pelo mundo, para promover a conscientização sobre os impactos da mudança climática do planeta. Formado em Medicina Natural no College of Naturopathic Medicine, em Londres, David e mais cinco amigos desenvolveram um barco feito com garrafas de plástico recicláveis, o Plastiki.
O objetivo era chamar a atenção das pessoas para a Grande Mancha de Lixo do Pacífico (também chamada de “grande sopa de plástico”), a maior concentração de lixo do mundo, com centenas de quilômetros de diâmetro, onde milhões de toneladas de lixo boiam entre a costa oeste dos Estados Unidos e o Japão, devido às correntes marítimas no Pacífico. Mais do que uma aventura, o objetivo era levantar a discussão de como o lixo acumulado nos oceanos destrói ecossistemas e afeta a vida marinha.
O trajeto começou em março do ano passado e levou mais de quatro meses para cruzar o oceano Pacífico e alcançar a costa da Austrália, em Sidney. A energia utilizada pelo barco era totalmente limpa: o conjunto de bicicletas, geradores eólicos, painéis solares e motor de biodiesel abasteceram o barco durante todo o percurso. O Plastiki foi construído com 12 mil garrafas PET, o que equivale ao consumo dos Estados Unidos em apenas oito segundos.
Em 2006, David atravessou o pólo ártico em 100 dias, saindo da Rússia até o Canadá, e se tornou uma das 42 pessoas e o britânico mais novo a alcançar os dois pólos geográficos. Também é uma das 14 pessoas no mundo que atravessou toda a Antártida. Em 2007, organizou uma expedição para o Equador para gravar um documentário sobre a devastação que as companhias internacionais de petróleo haviam causado pela vasta perfuração nas reservas de petróleo.
David de Rothschild foi reconhecido pela revista National Geographic como um dos maiores exploradores emergentes do mundo, recebeu o título de embaixador internacional da ONG Clean Up The World e, no Fórum Econômico Mundial, recebeu a nomeação de Jovem Líder Global.
2o Fórum Global de Sustentabilidade
Além de Céline Cousteau e David de Rothschild, o 2º Fórum Global de Sustentabilidade terá a participação dos músicos Bob Geldof e Neil Young; o surfista e fundador da Waves For Water, Jon Rose; o diretor geral da Fundação Amazonas Sustentável, Virgílio Viana; o diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani; a ativista e diretora do estúdio de música Premises Studios, Julia Craik; a filha do músico Peter Gabriel e uma das criadoras do Voice Project, Anna Gabriel; a estilista americana Donna Karan; William McDonough e Michael Braugart, da empresa de design sustentável Cradle to Cradle; e a guatemalteca Rigoberta Menchú, que levou o prêmio Nobel da Paz; entre outros.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

36 anos de luta, sem um final feliz


 
36 anos de luta, sem um final feliz.


“O Cacique Raoni chora ao saber que Dilma liberou o inicio das construções de Belo Monte. Belo Monte seria maior que o Canal do Panamá, inundando pelo menos 400.000 hectares de floresta, expulsando 40.000 indígenas e populações locais e destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies. Tudo isto para criar energia que poderia ser facilmente gerada com maiores investimentos em eficiência energética.” (…)

QUE VERGONHA BRASIL!!!

 1975
Iniciado os Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
1980
A Eletronorte começa a fazer estudos de viabilidade técnica e econômica do chamado Complexo Hidrelétrico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Kararaô
1989
Durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em fevereiro em Altamira (PA), a índia Tuíra, em sinal de protesto, levanta-se da plateia e encosta a lâmina de seu facão no rosto do presidente da Eletronorte, José Antonio Muniz, que fala sobre a construção da usina Kararaô (atual Belo Monte). A cena é reproduzida em jornais e torna-se histórica. O encontro teve a presença do cantor Sting. O nome Kararaô foi alterado para Belo Monte em sinal de respeito aos índios
1994
O projeto é remodelado para tentar agradar ambientalistas e investidores estrangeiros. Uma das mudanças preserva a Área Indígena Paquiçamba de inundação
2001
Divulgado um plano de emergência de US$ 30 bilhões para aumentar a oferta de energia no país, o que inclui a construção de 15 usinas hidrelétricas, entre elas Belo Monte. A Justiça Federal determina a suspensão dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) da usina
2002
Contratada uma consultoria para definir a forma de venda do projeto de Belo Monte.  O presidente Fernando Henrique Cardoso critica ambientalistas e diz que a oposição à construção de usinas hidrelétricas atrapalha o País. O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva lança um documento intitulado O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil, que cita Belo Monte e especifica que "a matriz energética brasileira, que se apoia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica".
2006
O processo de análise do empreendimento é suspenso e impede que os estudos sobre os impactos ambientais da hidrelétrica prossigam até que os índios afetados pela obra fossem ouvidos pelo Congresso Nacional
2007
Durante o Encontro Xingu para Sempre, índios entram em confronto com o responsável pelos estudos ambientais da hidrelétrica, Paulo Fernando Rezende, que fica ferido, com um corte no braço. Após o evento, o movimento elabora e divulga a Carta Xingu Vivo para Sempre, que especifica as ameaças ao Rio Xingu e apresenta um projeto de desenvolvimento para a região e exige sua implementação das autoridades públicas. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, autoriza a participação das empreiteiras Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez nos estudos de impacto ambiental da usina.
2009
A Justiça Federal suspende licenciamento e determina novas audiências para Belo Monte, conforme pedido do Ministério Público. O Ibama volta a analisar o projeto e o governo depende do licenciamento ambiental para poder realizar o leilão de concessão do projeto da hidrelétrica, previsto para 21 de dezembro. O secretário do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, propõe que o leilão seja adiado para janeiro de 2010
2010
A licença é publicada em 1º de fevereiro, e o governo marca o leilão para 20 de abril
2011
Ibama concede ao Consórcio Norte Energia licença válida por 360 dias para a construção da infraestrutura que antecede a construção da usina